21/03/2010

Música...

Há coisas que nos transcendem! Há sempre algo mais, que não é possível explicar por palavras.
Talvez um dia seja possível transmitir sentimentos, quem sabe.
Ela não o sabia...
Aquela musica vinha de algum lado. Não era comum. Não naquele ambiente de alcool, tabaco e, muito certamente, drogas.
Aquela não era música que se misturasse com aquilo!
Seguiu o som na expectativa de encontrar a origem daquela música. E algumas ruas à frente a arte era feita por um grupo de músicos que tocavam em frente a um bar... Era mágico!!
A musica saía dos instrumentos como um rio da nascente,tão fluída, tão pura! Aquela era a música da sua gente e sem conseguir explicar ela sentiu-o no corpo, ela sentiu-o na alma.
Aquela música entrava-lhe no corpo e falava-lhe! Como explicar algo assim? Como podemos nós com séculos de história, que embora não a conheçamos nos seus mais giros ou mais sórdidos detalhes, nos está escrita no ADN. Há sempre algo em nós que nos faz viver algo que não nos pertence directamente, que nos transporta para um tempo que não é o nosso, elabora memórias que não vivemos.
A noite milenar ainda era uma criança! Fantástico! Quando tiver um milénio também quero ser criança! Quero ser menina pequenina! Talvez noutro tempo, noutro espaço isso possa acontecer, neste não.
Ela estava enfeitiçada! A música falava-lhe e ela ouvia. O corpo pedia e ela cedeu aos seus caprichos!
Não vou ser para sempre menina pequena, há que aproveitar!
A idade não tem tamanho, o Tempo não tem idade e a noite é de facto criança. E nós somos crianças para sempre!
É criança quem consegue sonhar, quem se consegue entregar a um instinto tão básico. Não importa quem olha, não importa tem vê!
A música continua no ar e o seu corpo falava-lhe como a um amante!
A música acariciava-lhe o espírito e conduzia-lhe o corpo.
A noite era sua. Aquela música era sua e ela fez-se dela. Queria nascer em cada nota. Queria a eternidade do momento. Queria viver!
E o corpo movia-se ao sabor da música e esta parecia querer mais dela, mais e mais... Ela não se importava. Há muito que tinha esta relação com a música. Mas aquela música, aquela música... Era algo que fazia parte dela e ela de alguma maneira sabia-o, sentia-o.
Há dias em que acontecem destas invulgaridades... Há noites destas e momentos que se querem eternos!
A eternidade instantânea está ao alcance de qualquer um: 'Eterno enquanto dura!' Um instante de felicidade para quem quiser viver realmente.
A última nota soou e desapareceu no vazio da trivialidade so quotidiano de mais um sábado á noite.
Parou de dançar e saiu do seu estado de transe. Aplaudiu e foi-se embora satisfeita.
Um pedaço de si foi vivido na eternidade de um momento!

01/03/2010

Uma página da nossa História!

Até que ponto conhecemos verdadeiramente a nossa história...?
Quem somos, porque o somos...
Só sabemos o que nos contam, e quem conta só conta o que quer e como quer...
Mas há mais, há sempre algo mais que ficou por contar. Tá toda uma história, quase milenar que nos sustenta como povo. Uma história que nos fez...
E porque é que me lembrei disto agora... Pois bem, andei a fazer umas pesquisas históricas digamos... E o que me trás hoje é a Guerra Colonial!
Não é um assunto alegre, não é uma página de história de que nos orgulhemos, mas aconteceu e não há razão para o esconder! Não o podemos esconder!
À dias andei a ver as cadernetas militares dos meus avós e quando se procura alguma coisa acaba-se sempre por descobrir mais... apercebi-me que enquanto estudante nunca me falaram sobre esta página negra da minha história!
Eu vi imagens da guerra num livro que na altura conseguiu passar despercebido na bagagem de um militar... Nesse livro eu vi pessoas mutiladas, decapitadas, corpos cortados, homens mortos enterrados até à cabeça e crianças assassinadas, sim, porque nem as crianças, que eram inocentes, escaparam!
Brancos e negros, homens e mulheres! Eu vi o que o estado novo tentava esconder... Há sempre alguém que encontra e guarda uma verdade para que mais tarde seja descoberta...
À algum tempo, alguém ligado ao cinema afirmou que se podiam fazer tantos filmes sobre a guerra colonial como os que há a contar a Guerra do Vietname...
Temos tendência a não querer lembrar as negras páginas da história, especialmente quando se trata da nossa história. Mas a verdade é que isto não devia ser escondido, isto devia ser dado nas escolas, assim como o é a 2ª Guerra Mundial!
Quando vi aquelas imagens, pensei 'Porque é que nunca ninguém me contou sobre isto!" Claro que eu já sabia que a Guerra Colonial tinha existido, mas não sabia como tinha sido.
Ouvi histórias sobre o quão mal informados e ignorantes iam os soldados portugueses para África, histórias sobre o como essa ignorância foi paga em vidas humanas. Contas que depois eram acertadas em batalhas, onde sempre havia homens que morriam,fosse de que lado fosse...Morreu quem tinha e quem não tinha que morrer.
Quem volta nunca conta tudo! Quem volta trás consigo lembranças que quer esquecer! Que daria tudo para esquecer...
Quem volta trás consigo a morte!
A morte daqueles que, por ventura, teve que matar para que não fosse morto, a morte daqueles viu morrer e a morte que viu nos olhos dos que já jaziam mortos...
Quem volta nunca recupera completamente e quem lá fica também não. Todos temos os nossos fantasmas! Mas à pessoas que têm a própria morte como fantasma...
Há factos que não devem ser esquecidos pelas lições que nos deixam, e este é um deles!

23/02/2010

Tempo II

A primeira parte está aqui: Tempo

Acordou com a porta a destrancar-se atrás de si.
'Adormeci...' disse confusa. Tinha feito uma longa viagem até ao Tempo, estava cansada e por isso adormeceu. ‘Queria tentar compreender...’
Olhou em volta, mas a rua que outrora ali estivera continuava desaparecida, e no lugar do Espaço continuava a tabuleta com a informação de o Espaço se havia mudado para um "lugar mais oportuno".
Consultou seu relógio mas nada! Continuava vazio... 'Assim também não me serves de nada!' Tirou o relógio do pulso e guardou-o na sua mala. 'Bem, parece que vou ter que me contentar só com o Tempo'. Virou-se para entrar no edifício e reparou que havia um letreiro de boas vindas. Abriu a porta que estava encostada e entrou.
A porta voltou a encostar...
'Bom dia...' cumprimentou ela a sala vazia, na esperança de que aparecesse alguém.

A verdade é que ela também já não sabia bem em que altura do dia se encontrava, mas isso pouco importava, finalmente tinha conseguido entrar!
Ninguém lhe respondeu de volta.
Dirigiu-se ao balcão que se encontrava em frente àquele magnifico relógio, que continuava sem ponteiros, e reparou que pousado sobre o tampo estava uma folha de papel algo gasta. No topo da folha e a letras grandes estava escrito "Caro Visitante". 'É para mim' constatou.


Seja bem vindo/a ao Tempo!
Este edifício é composto pelo rés-do-chão (onde se encontra neste momento), por um primeiro piso e por uma cave.
Não existe qualquer funcionário para auxiliá-o/a.
Terá o tempo que quiser e o edifício todo à sua disposição, pode entrar onde as portas o/a deixarem, mas todas as respostas que procura terá que ser você a consegui-las a partir do que vir e descobrir.
Esperamos que encontre as respostas que procura.
Atenciosamente
A Gerência


Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo. 'Só estou cá eu! Então, mas quem abriu a porta... Bom dia, está aqui alguém! Quem abriu a porta!?'
Desistiu, ninguém lhe respondia. Olhou à sua volta e começou a reparar no espaço que a rodeava. Era uma sala quadrada ampla sem grande decoração. Havia três quadros, um em cada parede fazendo alusão à 'Primavera, Verão, Outono e Inv... Onde está o Inverno?' À sua frente continuava o grande relógio com a numeração de ouro. Afastou-se um pouco do balcão e apercebeu-se que estivera encostada ao quadro ilustrativo do Inverno. Era uma imagem interessante... Quem de fora olhasse atentamente de frente para aquele cenário veria a tabuleta a dizer "Presente", logo em baixo o relógio e logo a seguir o quadro ilustrativo, sem que se apercebesse que o quadro estava colado a uma bancada. 'Curioso...' Murmurou enquanto meditava sobre isso.
'Bem, já chega de conversa, ao trabalho!'
Iria começar pelo Passado. Dirigiu-se à tabuleta à sua esquerda e desceu pelas escadas em espiral que a encaminhariam ao Passado. Quando desceu o último degrau deu de caras com uma sala. Não havia porta a separar o presente do passado... Deu alguns passos em frente e de repente o espaço à sua frente encheu-se de imagens que eram seguidas de outras imagens, umas formavam uma sequência de acontecimentos, outras eram apenas imagens desconectadas umas das outras, que iam passando.
Olhou para as paredes à sua volta e continuava a ver imagens. Olhou para trás e nada. Atrás de si estava apenas a escada por onde tinha descido. Parecia que as imagens vinham do presente... 'Até tem lógica que assim seja, e isso explica o facto de não haver porta... Sim, faz sentido!" Voltou a concentrar-se na parede em frente às escadas. Olhou melhor para aquele filme de imagens desconexas e aquelas imagens pareceram-lhe familiares. Reconhecia algumas situações. Eram imagens e situações que lhe pertenciam, que faziam parte de si. Aquele filme de imagens desconexas era o seu passado. Olhava atentamente para o seu passado 'Como o tempo passa...' Os seus olhos encheram-se de lágrimas ao rever algumas imagens.

Voltou a si recordando-se de que ainda tinha muita coisa para fazer e não tinha noção do tempo que já tinha passado desde que adormecera...
Virou as costas ao seu passado e subiu as escadas.

Lá em cima estava tudo como havia deixado. 'Que estranho... Agora: Futuro' e dirigiu-se às escadas em forma de espiral que se encontravam do lado direito do fundo da sala. Quando chegou lá a cima tinha à sua espera uma porta da mesma madeira que a caixa do grande relógio e igualmente bem trabalhada. Ia rodar a maçaneta quando reparou que não havia maçaneta, nem qualquer outra coisa que permitisse abrir a porta 'Mas, mas..."...pode entrar onde as portas a deixarem..." Ah! Então era isto que isso queria dizer...' ainda tentou forçar a porta mas esta não se mexia...'"...todas as respostas que procura terá que ser você a consegui-las..." Está bem, já percebi' dizia ela à sua memória, 'Bem, sendo assim não tenho mais nada a fazer aqui...'
Desceu as escadas lentamente, ainda intrigada, tinha apurado a audição, não fosse a porta abrir entretanto... Deslocou-se à porta de saída, virou-se de frente para a loja para poder aprecia-la uma vez mais... 'Mas porque raio é que a porta não abriu??'
E saiu.

20/02/2010

Uma Janela Para o Infinito


Há umas semanas acabei de reler um livro que tem por titulo "Uma janela para o infinito".
Comprei-o por ser uma espécie de biografia de George Cantor, um dos meus matemáticos preferidos. O livro fala sobre um matemático que é internado numa clínica psiquiátrica e que ganha como companheiro de quarto um soldado francês.
Fiquei fascinada quando li o livro pela primeira vez! As matemáticas que Cantor criou ou descobriu, dependendo da perspectiva, são fascinantes. O livro não fala de toda a matemática produzida pelo senhor, mas permite-nos ter uma ideia muito clara e muito bela sobre a noção de conjunto e sobre o infinito.
Antes de Cantor o infinito era encarado como uma espécie de tabu pelos matemáticos, ninguém sabia muito bem como deveria tratar o problema. Quando Cantor apareceu com as suas ideias foi ridicularizado, pois os conceitos eram novos e inovadores, mas a verdade é que o seu contributo foi importantíssimo, ao ponto de um dos grandes matemáticos da sua época ter dito "Ninguém nos poderá expulsar do Paraíso que Cantor criou." (David Hilbert).
Mas voltando ao livro em questão!
Fiquei fascinada também por perceber que é um livro que fala acima de tudo do ser humano e das suas fragilidades. Um livro que nos questiona sobre nós mesmos, o que somos, quais os nossos limites...

A matemática em questão é explicada de maneira simples e acessível, qualquer pessoa que tenha uma mente aberta e não tenhas preconceitos relativamente à matemática, facilmente entenderá o que é explicado.
Ok, é uma matemática diferente à que é dada até ao 12º, mas talvez seja mais simples e haverá um ou dois momentos em que algumas respostas serão menos óbvias e de certa forma estranhas, por falta de expressão melhor. Mas isso faz parte do charme da Matemática.
Deixo aqui um excerto para aguçar a curiosidade:

"...sempre estive convencido de que temos algo que ver com o infinito.
A voz de Herr Singer engrossou.
-Quando digo «temos», quem é o «nós»? Pois bem, o senhor, eu, toda a gente. Os homens. É mesmo a nossa principal característica. Creio que é esse conluio com o infinito que faz de nós os homens que somos, sem dúvida, mais que a certeza de morremos um dia. Talvez as duas coisas estejam ligadas, quem sabe?... (...)
-Isto é tanto mais verdade nos homens que foram encaminhados, como nós, para estabelecimentos de cuidados de saúde deste tipo: os insanos, os nervosos,os alienados têm, mais do que os outros, algo que ver com o infinito. É mesmo o seu tópico mais premente. Porquê?"
Uma Janela Para o Infinito, Denis Guedj

Já agora onde há mais pontos: num quadrado ou numa das suas arestas?
Esta foi uma das questões a que Cantor deu resposta, e uma resposta bastante improvável diga-se, mas ao mesmo tempo bastante interessante!
É um livro que aconselho vivamente!

19/02/2010

Publicidade

Bem quando não se tem assunto tem se que arranjar alguma coisa, nem que seja para não perder o hábito...
Há alguns dias estava a ver um anúncio publicitário e devo dizer que me chamou a atenção por ser extremamente estúpido!
É um anuncio a um creme para as borbulhas, e basicamente consistia numa adolescente que desmarca um encontro com um rapaz de quem gosta porque está a sentir uma borbulha a nascer. Mas que estupidez!!
Primeiro, ok as borbulhas são um problema, mas nenhuma rapariga deixa de sair com o rapaz de quem gosta por uma borbulha que ainda nem nasceu e que nem ela sabe se vai nascer.
Depois é um objectivo da publicidade fazer com que o espectador se identifique de certa forma com a situação e queira adquirir o produto. Que imensas adolescentes deste país queiram e precisem de creme para as borbulhas é um facto, mas não deixam de sair com rapazes por isso!
Outra coisa interessante na publicidade em gera, é que as pessoas que fazem os anúncios a certos produtos pareçam saídas de revistas de moda, e nunca ninguém diria que alguma vez tenham tido problemas para que tivessem que recorrer ao que anunciam, e isto é mais notável no que diz respeito a cremes de beleza e cereais para manter a linha.
Talvez mais nos cereais, porque relativamente aos cremes de rugas, hidratação, etc. sempre se pode dizer ' Se quer ter uma pele como a minha use X'.
Mas os anúncios a cereais para manter a linha são anedóticos! As raparigas/senhoras que aparecem em primeiro plano a ver se conseguem passar a imagem de que não cabem nas calças são MAGRAS! Na cena seguinte em que, depois de não sei quantas semanas de consumo dos cereais já conseguem caber nas calças, estão na mesma! Não emagreceram nada! Ou as calças são as mesmas ou deram-lhes um número acima, mas as pessoas que fazem os anúncios estão exactamente na mesma!
Havia um programa na SIC Radical que mostrava anúncios publicitários do arco da velha, mas era muito interessante, alguns eram tão bons como uns que passam neste momento nos canais televisivos, enfim...
O que vale é que também há boa publicidade!

01/02/2010

Um Curso...?


Desde que comecei esta minha nova vida académica que ando com vontade de escrever sobre o ingresso ao ensino superior, ou melhor o que, na minha opinião se deve saber/ fazer antes de se ingressar no ensino superior. Isto porque vejo alguns colegas que se arrependeram e podiam ter evitado essa situação se tivessem tido os esclarecimentos necessários. Não quero com isto dizer que vou escrever um tratado sobre o que se deve saber antes de entrar na faculdade ou um tratado de como escolher o curso certo. Vou apenas dar algumas dicas que penso serem úteis e falar um pouco sobre a vida académica.
Existem três tipos de alunos no ensino secundário: os alunos que já sabem o querem seguir, os alunos que não sabem o que seguir e os alunos a quem isso não importa muito:"Logo se vê!".
Falo basicamente por experiência...
Quando se pensa em escolher um curso penso que para começar não é má ideia começar por elaborar uma "lista" com disciplinas que mais se gosta e depois fazer uma pesquisa sobre os cursos que têm como base estas disciplinas. Isto porque é sempre melhor estudar-se o que se gosta...Ou então fazer uma lista de cursos que seriam interessantes .
Há outra pergunta a que também é importante responder: "Candidato-me a um curso que gosto ou que tenha saída?". Se o curso de que se gosta tem saída, óptimo. Se não tiver, terão que escolher, estando sempre conscientes de que a escolha é vossa e serão vocês que viverão as consequências dessa escolha, seja ela boa ou má.
Depois de ter um curso em mente à que fazer alguma pesquisa, primeiro saber quais as saídas profissionais, se possível trocar algumas ideias com alunos do curso e com profissionais que exerçam a profissão pretendida. Isto é muito importante porque permite tirar duvidas, satisfazer curiosidades e aumentar o interesse pelo curso ou fazer ver que afinal não é bem aquele o curso de que estavam à procura.
Depois deve-se ver quais as faculdades que têm o curso que desejamos, quais delas são as melhores, que tipo de curso é e como o curso está organizado.
Muitas faculdades durante o Verão têm estágios para os alunos do ensino secundário, podem informar-se no site da ciência viva ou estar atentos aos cartazes expostos nas vossas escolas...
Aconselho vivamente aos alunos que puderem a frequentar estes estágios. Permite que tenham um contacto mas próximo com as faculdades e os seus professores, ajudam a tirar muitas dúvidas e alargam-nos os horizontes em muitos sentidos...
Como disse no inicio o meu objectivo com este post é tentar ajudar os alunos que eventualmente estejam nesta situação...
Informem-se o mais que puderem antes de tomarem uma decisão, mas lembrem-se que se em qualquer momento durante o curso chegarem à conclusão de que não é aquilo que querem, não há qualquer problema em mudar: é o vosso futuro que está em jogo.
Boa Sorte ;)

18/01/2010

Nova fase

Aqui estou eu!
Resolvi fazer umas reformas no Método.
Depois de alguma meditação, acredito ter encontrado uma solução para o facto de não ter tempo para publicar e para a falta de tempo para ler outras publicações.
Devido também ao facto de eu estar a viver uma nova fase pensei que não fazia sentido que o blogue continuasse na mesma. Achei então que também devia começar uma nova fase na blogoesfera.
Aleph porque designa um dos conjuntos infinitos de Cantor (matemático alemão) e porque a imaginação não deu para mais...
Espero que seja uma nova boa fase :)
Até à próxima!!

21/12/2009

Boas Festas!!!


Viva!!!
Há quanto tempo!!
Se antes eu já dizia que não tinha tempo, agora digo que já nem sei o que é ter tempo... Enfim, o semestre acabou e quero tentar por as minhas leituras em dia.
Mas hoje vim apenas desejar um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos os meus leitores e a todos os que, de alguma maneira, passam pelo Método. A todos vocês só desejo o melhor!
Óptimas Festas!!!

31/10/2009

Texto...

“És sempre responsável pelas escolhas que fazes!”
Esta frase perseguia-o para onde quer que ele fosse. Era o peso da consciência que o atormentava. É interessante constatar que mesmo nós próprios podemos ser irritantemente massacrados por nós mesmos!
É como se, dependendo do que sucedeu o nosso ‘eu mesmo’ achasse que não fomos o suficientemente castigados pelos outros. E o remorso é o pior castigo.
A mãe desde pequeno que lhe dizia esta frase “És sempre responsável pelas escolhas que fazes!”, a mãe sempre lhe incutira desde pequeno a noção de responsabilidade. “É bom que eles percebam que os pais não lhes irão resolver todos os problemas e que lá fora a sociedade não perdoa”, era o que a sua mãe dizia para calar quem tentava opinar sobre a educação do filho.
A mãe tinha razão ‘A mãe tem sempre razão!’ pensava enquanto conduzia a alta velocidade por uma qualquer estrada nacional… Tinha saudades da mãe havia dois anos que não a via, que não falava com ela… Ela sabia que o filho estava vivo e isso bastava-lhe. O seu coração de mãe assegurava-lhe as mais fidedignas informações sobre o estado do filho. O que noves messes e um cordão umbilical não garantem a uma mãe! Especialmente como acontece no caso deste homem: sempre foi muito ligado à mãe.
Mas havia passado o risco! Quebrado a regras do jogo! E agora apenas ele poderá responder pelos seus actos.
Acelerou. O carro estava no limite. Antes que pudesse ter noção do real o carro chocou com um camião. Nem reparou que ia em contra mão. Para ele também já não importava… Já nem os erros que havia cometido importavam… nunca mais voltará a errar. Está morto. Alguém haverá de resolver as suas ‘contas pendentes’. Ou não…

13/10/2009

Começo

O Outono acabou.
E com ele foi-se a esperança num novo começo. Algo por que havia trabalhado durante meses a fio. Algo por que havia ansiado com todo o seu ser. Acabou.
Sabia que tinha dado o seu melhor e que tinha feito tudo o que estava ao seu alcance, mas isso não foi o suficiente. O seu melhor não era suficiente…
Estava sentada na praia a olhar para o mar. A ouvir os seus ensinamentos milenários. Estava a ouvir-se.
O que lhe custava mais era encarar as pessoas quando lhe perguntavam o resultado… O olhar de pena… pena… Nunca sentiu pena de si em nenhum momento. Frustração, raiva, cólera e talvez alguma desilusão sim, foram esses os sentimentos que lhe explodiram no peito e que se espalharam pelo corpo.
Mas nunca sentiu pena. Teria sentido pena se não tivesse tentado, teria sentido pena se não tivesse dado o seu melhor. Por isso sentia-se triste, quando pessoas sentiam pena dela...
Pensou que se calhar aquele novo começo talvez não lhe estivesse destinado, talvez houvesse outros começos diferentes, outras aventuras, outros inícios à sua espera, mas que aquele não lhe pertencia.
Olhou para o horizonte, e um sentimento imenso de vontade e ambição invadiu-a.
Naquele momento desafiou o horizonte os céus e os deuses “Eu faço o meu destino!”.
Levantou-se e lançou ao mar um olhar de desafio, como muitos, antes dela o haviam feito, talvez por razões diversas, talvez pela mesma razão... Sorriu para si e para o mundo e seguiu o seu caminho decidida, como numca, a fazer o seu proprio destino.