31/10/2009

Texto...

“És sempre responsável pelas escolhas que fazes!”
Esta frase perseguia-o para onde quer que ele fosse. Era o peso da consciência que o atormentava. É interessante constatar que mesmo nós próprios podemos ser irritantemente massacrados por nós mesmos!
É como se, dependendo do que sucedeu o nosso ‘eu mesmo’ achasse que não fomos o suficientemente castigados pelos outros. E o remorso é o pior castigo.
A mãe desde pequeno que lhe dizia esta frase “És sempre responsável pelas escolhas que fazes!”, a mãe sempre lhe incutira desde pequeno a noção de responsabilidade. “É bom que eles percebam que os pais não lhes irão resolver todos os problemas e que lá fora a sociedade não perdoa”, era o que a sua mãe dizia para calar quem tentava opinar sobre a educação do filho.
A mãe tinha razão ‘A mãe tem sempre razão!’ pensava enquanto conduzia a alta velocidade por uma qualquer estrada nacional… Tinha saudades da mãe havia dois anos que não a via, que não falava com ela… Ela sabia que o filho estava vivo e isso bastava-lhe. O seu coração de mãe assegurava-lhe as mais fidedignas informações sobre o estado do filho. O que noves messes e um cordão umbilical não garantem a uma mãe! Especialmente como acontece no caso deste homem: sempre foi muito ligado à mãe.
Mas havia passado o risco! Quebrado a regras do jogo! E agora apenas ele poderá responder pelos seus actos.
Acelerou. O carro estava no limite. Antes que pudesse ter noção do real o carro chocou com um camião. Nem reparou que ia em contra mão. Para ele também já não importava… Já nem os erros que havia cometido importavam… nunca mais voltará a errar. Está morto. Alguém haverá de resolver as suas ‘contas pendentes’. Ou não…

3 comentários:

Lininha disse...

Ohh...está giro o texto...:)
É triste, mas foi a escolha dele e contra isso mais ninguém pode ir...isso é mais do k real...
Bjos..
:)**

alf disse...

chiça!

Mas sabes, essa mãe não deu bons conselhos ao filho; sermos responsáveis pelas nossas escolhas é algo que vive debaixo da nossa pele e pode tornar-se um pesadelo. O que a mãe tem de explicar ao filho é que todos erramos, é assim que descobrimos o nosso caminho. Errar é o preço das nossas escolhas, mas é o que faz a nossa vida valer a pena. Além disso, é muito fácil sermos julgadores de nós mesmos a posteriori, depois de sabermos que errámos. Temos de nos lembrar que antes não sabiamos o que assim aprendemos.

Quem nunca errou já nasceu morto. Escusava de ter nascido.

Agora, acelerar no limite e não dar conta que está fora de mão... e sem estar bêbado... isso já é errar demais!!!!

A sério: há pessoas que criam um quadro obsessivo tal como aqui muito bem descreves; tramados os problemas psicológicos...

Metódica disse...

Alf!! :)

"Errar é o preço das nossas escolhas, mas é o que faz a nossa vida valer a pena."
Concordo plenamente, mas a minha ideia e fazer ver que apartir de uma dada altura os pais deixam de responder pelos actos dos filhos.
A mãe queria que ele entendesse que era responsavel pelas escolhas que fazia e consequentemente com os erros e que aprendesse com eles. Pois só assumindo os erros e que podemos aprender com eles. Era isso que a mae queria que o filho entendesse.

Acredito que se alguem for a conduzir e a pensar em problemas graves distrai-se co uma facilidade imensa. De tal maneira que penso que o acto de conduzir se torne quase automatico e de certa forma quase inconsciente...